Crítica - Meu nome não é Johnny
Os últimos dois filmes em que vi Selton Mello em cena me fizeram escrever posts e conversar por horas em mesas de lanchonetes. "Árido movie" e "O cheiro do ralo" são ótimos filmes. O primeiro é melhor do que o segundo. Quem assistiu não esquece o "Tim Maia, me dê motivo!" "O cheiro" também é bem realizado, mas faz uma linha cult. A frase de Lourenço sensacional é "Mulher é tudo igual. Se você bobear, os convites vão para gráfica". Quanto ao filme de ontem, talvez a frase que dá título ao filme tenha sido a mais marcante. Para mim!
Acho interessante como filmes que abordam a questão do tráfico de drogas tem o poder de seduzir o espectador. Faça uma análise. Que filme você lembra mais: "Robocop" ou "Robocop 2"? O segundo é melhor que o primeiro? Mas você deve lembrar bem do "nuke", a substância altamente viciante e que leva o vilão (nem lembro o nome dele) à loucura.
"Meu nome não é Johnny" é uma história baseada em fatos reais - para tristeza de um amigo cinéfilo que tenho - que remonta a biografia de João Guilherme Estrella. Este cara não só existe, mas está vivo até hoje. Aliás, ele interpreta um dos personagens, o enfermeiro do manicômio. Li nos créditos. (Eu leio créditos. Costumo sair da sala só quando eles terminam. Meus amigos sabem como eu sou chato com isso.)
Um dos grandes méritos do filme é contar uma história sem a estratégia - posso até chamar de clichê - de misturar ficção e documentário. Pouquíssimas imagens são "reais". Tenho certeza que o João Estrela de verdade não tem aquela entonação. A fotografia de Uli Burtin te dá a sensação de uma ficção. Imagens com steady-cam, panorâmicas, closes... São as cores que Paulo Leminski prefereria em detrimento da realidade.
Atuação sólida do protagonista, história sedutora, fotografia convincente, o que posso dizer mais? A trilha sonora é legal, Cléo "Pernocas" Pires não decepciona... Acho melhor parar por aqui. Defeito, só procurando. Tive a impressão de ter visto equipamento de filmagem refletido numa porta de vidro. Só vendo o DVD para confirmar. Mas esse tipo de erro de continuidade não faz com que minha nota baixe. A única parte ruim do filme é o sofrimento do personagem quando ele "cai". Não podia ser diferente. O diretor fez bem em expor o abandono em que vivem os internos em manicômios judiciários. Desde "Bicho de 7 cabeças", filme com Rodrigo Santoro, estou mais atento ao movimento contra este tipo de instituição. Eu sei que "Eu sou a lenda" é o arrasa-quarteirão de janeiro, mas não percam "Meu nome não é Johnny".
PS: A torcida do Vascão faz uma participação importantíssima na narrativa. Importantíssima fica por minha conta. Boa sessão!
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
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2 comentários:
Escrevi de cabeça e com pressa. Tem muitos erros no texto - digitação, principalmente - que pretendo corrigir ainda esta manhã. Espero que não caia no conceito dos visitantes, mas a pressa existe e não quero que este blog perca o ritmo. Como postei hoje no "Meio do nada", perdi o pudor! Abraços!
Estou com muita vontade de assistir esse filme!
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